Editora: Intrínseca
Páginas: 352
Publicação: 2012
IBSN: 978-85-8057-164-6
Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga todos os cidadãos a serem curados quando completam dezoito anos. As pessoas também enfrentam outras duras imposições das autoridades, como toque de recolher, fiscalização sobre as artes e intensivo controle através de escutas telefônicas e agentes nas ruas, sempre atentos a qualquer atividade suspeita.Lena Haloway acredita que todas essas regras são para o bem da população e aguarda ansiosamente o dia de sua intervenção. Essa é a coisa certa e esperada a se fazer. Mas tudo que ela conhecia e em que acreditava desmorona no momento em que Lena se apaixona por Alex. Faltando apenas noventa e cinco dias para sua intervenção, será que Lena ainda escolherá a cura?
A delicadeza do
primeiro amor e a batalha que Lena e Alex travam para ficar juntos irão
arrancar lágrimas do leitor.
Sendo essa a primeira vez que leio algo da Lauren Oliver, me
surpreendi bastante com o estilo de narrativa dela. Não sei dizer exatamente o
que a difere das outras narrativas que existem por ai, talvez seja a forma
sinuosa e delicada com que ela, na visão de Lena, expõe os fatos ao leitor.
Lauren criou uma maneira inteligente de introduzir a cultura
desse mundo distópico de forma sutil e direta. No inicio de cada capitulo,
pequenos trechos - além de introduzir ao que será contado no capitulo -
brindam o leitor com a visão do que é a cultura do mundo de Lena. Dessa forma,
entender um pouco mais a sociedade, aproxima o leitor do que está sendo contado.
É gostoso acompanhar a trajetória de Lena para conhecer, entender e aceitar
seus sentimentos - tudo que sempre acreditou ser errado, doentio.
O primeiro contato com o romance poderia ter sido mais bem
explorado - digo, existiam mil e umas possibilidades que a autora poderia
perfeitamente utilizar sem cair no obvio, mas não é o que acontece. - porém,
isso não o torna chato ou clichê. A delicadeza do primeiro amor e a batalha que
Lena e Alex travam para ficar juntos irão arrancar lágrimas do leitor.
Apesar de o romance ser a parte central da estória, Lauren
toma o cuidado de não alienar Lena para as outras questões da sociedade. A
forma como ela começa a questionar sua sociedade após observar com outros olhos
eventos corriqueiros, convida o leitor a fazer o mesmo com a sua sociedade, o
que é totalmente válido e louvável – afinal, não há mudança se for questionado
o que pode ser mudado.
Em suma, com uma crítica
social bem desenvolvida, um romance deliciosamente encorpado e um final de
tirar o folego, Delírio é uma leitura indispensável para os fãs de YA!